Recebi hoje um belíssimo video de Arlete Torquato sobre um retrocesso no tempo desde Elton John Ancião aos 72 anos até um Natal que mudaria o destino do pequenino menino Reggie aos 4 anos.
Ao assisti-lo lembrei-me desse post que conta sobre esse filme que se inspira na vida e obra de Elton John e quis compartilhar com vocês minhas reflexões.
Tenho refletido sobre os dois últimos Natais onde pensei em cada menino e menina no Brasil que não teve a oportunidade de ganhar um presente de Natal que também mudaria seus destinos e consequentemente os nossos também, porque sempre que nasce um grande artista, uma grande ator ou atriz performático.a, um.a grande cantor.a e compositor.a, nasce uma canal de conexão de mensagens com as Musas Divinas a nos contar um tantinho também de nossos destinos. Mas quando essas Musas não vem de Mãos dadas com a Verdade, a Justiça, a Bondade e a Harmonia, deixamos esses meninos e meninas sem o direito a conhecerem seus verdadeiros destinos e milhões de nós também ficamos desprovidos de suas Artes.
Quando um Governo de uma nação não está de fato aliado a Grandeza dos Espíritos do Bem, do Belo, do Verdadeiro, da Justiça, da Harmonia e do Amor ao seu Povo, este não permite espaço para que meninos e meninas possam dar vazão aos seus destinos na Arte e nessa pandemia no Brasil, nosso povo voltou a sentir a fome, a miséria e a desesperança. O ódio que congela tem ocupado os corações humanos, polarizando nossa consciência e tornando a barbárie um cotidiano desprovido de sentidos humanizadores.
Precisamos urgente sair desse transe que nos aprisiona numa pandemia muito pior que o coronavirus, uma pandemia que nos torna Zombies, que coisifica o Ser Humano e que humaniza as coisas, onde o Divino não mora no Sagrado no Templo do nosso Coração, mas onde se sacraliza o deus capital, o deus patriarcado, o deu$ dinheiro e lucro. Onde o egoísmo e a ignorância se espalha como erva daninha pela nossa consciência tomando espaço de ampliarmos nossa Cosmovisão.
Mas como diz as canções dos Brincos e Folguedos brasileiros, “mas como sou teimosa…” eu alimento em mim uma esperança e uma rebeldia, onde ainda nutro a chegada da Grandeza dos Espíritos do BEM, do Bom, do Belo e Verdadeiro, da Justiça, Harmonia e Amor e chegarem banindo o mal da arrogância, maldade, ignorância e egoísmo e podermos ver muitos meninos e meninas tendo direitos aos Natais que mudarão seus destinos e que encherão nossa Alma Brasileira de Beleza e Justiça, inundando a gente de Gratidão!
Dedico essa pequena reflexão à minha amiga Arlete Torquato que assim como eu tem dedicado a vida à esses meninos e meninas, que mesmo em meio a adversidade ou ao obscurantismo, e quer estejam no chão das escolas, quer estejam em nossas clínicas psicoterapêuticas, quer estejam nos cortiços, morros ou favelas, possam descobrir seus destinos mesmo sem direito a um Natal Especial que lhe encurte a jornada.
Aqui você pode apreciar o video que recebi de Arlete Torquato de presente pra essa reflexão. Feliz Natal menina Arlete! Feliz Natal meninos e meninas do Brasil , Pandemia 2020, 2021.
E a gente se afasta daquilo que esquenta o coração
Que pulsa os sentidos mais profundos
O diálogo com a nossa intuição
O Patriarcado não entende o porque as mulheres se juntam
Quando juntas estamos
nossos sentidos, nosso pulso, nossa alma se alevanta
Nossa calma se encanta
Nossa intuição numa só toada canta
E quando nos juntamos
Ahhhh que alegria
Até nossos corpos se conectam
E os hormônios em sintonia
Clamam em sinergia
E em comunhão encontramos nossa Sabedoria
Comunidade: palavra profunda
Tem sentido de comunhão
De Bem Comum
De concordância em união
Mais lindo ainda, será quando tanto mulheres como homens formarem uma comunidade de seus femininos
Em parceria e colaboração
Dialogando com o Mundo
Integrando a alma em conhecimento e intuição !
Esse poema é dedicado as mulheres da Comunidade Biointuição que estou inserida há um ano sob a regência de nossa Mestra Bia Rossi, que de forma delicada vem nos ensinando a nos conectarmos a nossa intuição.
Para ouvir esse poema de minha autoria, ouça Mariposa ao Pé do Ouvido, um podcast que foi gestado a partir de inspirações dessa comunidade de mulheres biointuitivas.
Tenho feito uma coletânea de sonhos num diário que ganhei no Natal de 2020.
Esse material onírico tem rendido profundas sessões analíticas, muitos desenhos, mandalas, meditações, intuições e novas percepções acerca de mim mesma e do mundo que me cerca.
Esse processo começou com uma pesquisa antroposófica das 12 noites Santas após o Natal e o estudo astrológico correlacionado a um planejamento simbólico dos sonhos desse período.
Trabalho profundo que mês a mês, uma comunidade de mulheres vem se aventurando a compartilhar intuições, a realizar meditações, analisar sonhos, para se autoconhecerem e também para intencionarem por um mundo melhor.
Todo sonho, segundo a narrativa junguiana, tem uma parte que pertence a sua trajetória pessoal- como ser humano vivendo uma experiência espiritual ( sua alma) na matéria que é seu corpo, – e ao mesmo tempo, carregado de imagens arquetípicas representadas pelo inconsciente coletivo.
Então todo sonho, você pode analisar aquilo que só pertence a você, com sua história, sua trajetória pessoal, mas também há representações que pertencem ao coletivo, ao mundo todo de forma atemporal.
O sonho que eu tive representando a força de Aquarius me remeteu a boas aprendizagens sobre mim mesma, e ao mesmo tempo fui como que arremessada a uma ideia coletiva inspirada por um poema nesse momento duro, cruel, perverso, que temos vivido politicamente nos últimos tempos.
E ao me deparar com o espírito do tempo, Zeitgeist me trouxe a inspiração desse poema que deixo aqui pra você que é meu leitor. Aproveita, comenta aqui embaixo e compartilha com seus amigos e suas amigas. Quem sabe as pessoas vão parar pra prestar atenção nas mensagens dos seus sonhos! Eu garanto pra vocês que lá onde todos somos UM, há muitas chaves para um caminho de Sabedoria!
Na Dança do Mundo…
Quem tá parado não morre Olha só que contradição? Contradição é contra a adição É não colocar mais nada não É um: menos é mais nesse corre!
Só que Árvore não corre Árvore enraiza Fica quieta no lugar Amortecida Aliás, amortecida Parece amor que morre
Aquele amor que não quer dançar Aquele amor que fica bebaço E morre na gente a vontade de lutar
Mas de repente a gente fica Revoltada E sobe as escadas da vida Pra reagir a tirania Que fez caçoada, zombada Com cara de doido, Coringa Derrubando em cima da gente Todo veneno que vertia
Liberdade é o que se quer! Eu respeito o momento Momento pra muito silêncio Mas não respeito o descaramento Do tirano que provoca esse tormento E faz toda gente se expor sem sorte, Ao purgatório da morte.
Hoje eu venho contar a vocês algo que há muito tenho pensado. “Plantar” ou trazer para replantar aqui nesse Jardim uma diversidade de Flores que me acompanham por esse mundão! Explico. Tenho descoberto com maior reflexão e profundidade que minha alma é bem porosa aos coletivos. Sou uma alma permeada pelos coletivos. Talvez e muito por isso, toda minha vida busquei fazeres e ações pautadas por eles: o teatro, a educação, a psicologia comunitária, a psicologia social, e agora a arteterapia em grupos.
Foi por isso que entendi que estar aqui sozinha me incomodava. Um Jardim precisa de Flores vivas, viçosas, potentes que alegrem a jardinagem, que nos façam querer estar aqui entre elas sentindo seu perfume, apreciando sua beleza. Então, estou convidando várias flores diferentes na forma e belas na igualdade. Flores que estão desabrochando e outras que tem uma maturidade semelhante aos perfumes das damas da noite.
Essas flores são as mulheres do grupo de Acolhimento de Mulheres que curam feridas e reconhecem suas histórias suas cicatrizes, que fazem questão de exibir, como medalhas, frutos de aprendizagem da Vida. Esse grupo da qual tenho a honra de participar é coordenada pela profa Ana Paula Maluf do IJEP/ Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa. Nesse grupo as mulheres, podemos expor livremente nossas dores, nossas alegrias, nossas conquistas, nossas feridas em sangue e nossas cicatrizes. Temos amadurecido a ideia de produzir por meio da Arte, da nossa livre expressão criativa em textos, desenhos, mandalas, mapas afetivos, poemas, leitura de tarots, escrita ativa, meditações e muita expressão da nossa corporeidade.
Iniciamos esse processo da nossa expressão criativa numa parceria minha com Cecilia Crepaldi, pianista/musicista, onde noutro momento venho contar em detalhes pra vocês, porque é um projeto grande que ainda está em andamento, que integra um conto, músicas, poesia, artes plásticas, rádio novela e teatro. Por hora quero dizer que foi um dos trabalhos em arte mais intensos que tenho realizado em toda vida, que além de Cecilia Crepaldi, tenho como parceria Rosana Bergamasco, Andreia Araújo, Rosana Pereira e meu Diretor de Arte Adanias de Sousa.
Quando apresentamos o conto, com minha curadoria musical e os arranjos de Cecilia Crepaldi ao piano, imediatamente arrebatou todas as mulheres do grupo e sabemos que quando uma obra de arte toca o coração de todas/es/os, quando essa obra tem ressonância na maioria, é porque é uma expressão coletiva, mexe com a essência de todas/es/os.
Após essa parceria, abrimos um portal para a expressão criativa do Grupo de Mulheres e Ana Paula então convidou Regina Célia da Silva, artesã, e Talita Gomes, psicóloga clínica, para serem a próxima dupla a se apresentarem. E veio um texto de escrita criativa incrível conforme destaco abaixo:
Por Regina Célia da Silva Talita Gomes Fernandes
A solidão parece um buraco escuro que você não vê o fim. E quando você percebe, já não está só, está de mãos dadas com suas dores e percebe que as feridas ainda sangram. Não há esperança, não há futuro. É somente você e suas dores, é só você e os vários personagens que existem em si mesma, que querem levar você para o buraco, aquele buraco que não tem fim e que não há luz. E assim, você fica aprisionada as suas dores, erros e aos piores aspectos de si mesma. E logo em seguida, surge mais uma companheira, as lágrimas que já não encontram motivos para não cair. E aí, você lembra que desde menina estava num deserto que queimava, maltratava e a noite congelava. Andou sozinha, percorreu a trajetória solitária. Até que descobriu as florestas, eram mais atrativas que o deserto, mas não soube sobreviver, não se nutria, tentou, mas tudo que conseguiu foi matar e morrer. Andou perdida e não conseguiu achar saída, pois ainda era apenas uma menina. Certa vez, quase achou um caminho convidativo e com flores, mas era apenas uma ilusão. E assim, permaneceu no chão, se rastejou pela lama, ficou e esperou, na expectativa que pudesse morrer para renascer. De tempos em tempos, se levantava e dava um passo de cada vez, andava devagar, depois se recolhia e voltava à lama, ansiando pelo mergulho no mar. O mar era o local onde se sentiria amada e acolhida, encontraria em fim a liberdade e a fluidez que tanto buscava… O mar …ahh o mar…aquele bom e velho mar, que nos envolve, para uns proteção e limpeza com sua água salgada a levar embora, dores, angústia, solidão, trazendo alívio e renovação, para outros desespero, diante da imensidão que pode afogar com sua fúria quem ousar desafiar sem respeitar… O mar é como a vida ou a vida como o mar, temos que descobrir e aceitar os limites, para superar e ultrapassar, por vezes nos deixar levar pelas ondas a boiar, outras tantas a desbravar e se debater sobre as águas claras, pesadas de sal, para no final…respirar…aliviada por ter sobrevivido!
Ahhh como é benéfico a nossa alma produzir arte queridas/os/es leitoras/es. A arte é um símbolo que ganha matéria e que precisa falar, expurgar, redimir, explicitar algo que pertence a todas/es nós! E foi nessa toada de amor e livre expressão da nossa voz, que a Ana Paula convidou a Monaliza Carvalho Godoy, fisioterapeuta e Chocolatier e a Tainã Fidalgo, educadora de infância, para comporem uma parceria e diálogo conosco! E dessa dupla nasceu essa bela escrita criativa:
Vem mana – por Monaliza Carvalho e Tainã Fidalgo
Vem mana, vamos conversar, passear, tomar um café, rir ou chorar… Vem mana, deixa eu te abraçar, vamos banhar no rio, no igarapé, no açude ou no mar… Vamos dançar, acender uma fogueira, brincar com as crias, correr na chuva, trilhar na floresta a luz da lua até o dia raiar… Vem mana, vamos nos juntar ao redor da fogueira, trançar os nossos cabelos, beber e comer, rir ou chorar… Vamos, me conte! Quais são essas dores? Quais os dissabores? Oh alma querida, o que é que te aflige? Vem, compartilhe conosco, qual é o seu enrosco, ou será um encosto? Quais são os desgostos a serem expostos na roda amiga, que escuta e auxilia os entraves da vida… Vem mana, vamos juntas trilhar? Entre luzes e sombras vem o despertar… que nasce da dor, depois põe-se a brilhar. Mana, é no rasgar-se e remendar-se que tens a noção do quão forte e bela, feroz e singela és tu alma incrédula. Depois da tempestade vem a calmaria, que nos abrandam a vida, dependendo da vista de quem nela confia. Vamos mana, queira ser parte da cria que cresce unida e grita convicta que pela dor vem alegria. Que benção a dor, que depois de tanto ardor, nos tornou parte do amor gratuito e acolhedor. Ah, o amor… que nos salva essa alma desprovida de calma, porém repleta de dor, calma!
E esse texto retrata com tanta legitimidade a potência desse trabalho, dessa ciranda de curandeiras, da beleza que há numa mandala de mulheres! E no próximo encontro haverá mais e certamente viremos aqui contar pra vocês! Quer agregar-se como mais um flor nesse Jardim? Escreva aqui nos comentários, aguardaremos ansiosa a sua chegada para que possamos te acolher seja você uma Rosa, uma Camélia, uma Margarida ou Dama da noite, o que importa mesmo é você espalhar por aqui seu perfume, sua beleza, mesmo que você venha carregada de espinhos! Vem!
Grupo de Acolhimento de Mulheres, coordenação Ana Paula Maluf, Analista Junguiana e Arteterapeuta