Oferenda da Morte

Hoje me deparei com a morte

Lembrando que ela me visita todos os dias

Não sei se dela tenho medo ou fascínio 

Pensei que a vida estava a me oferendar essa oportunidade de me refazer, de renascer, de ressignificar o velho, o em desuso, o que não serve mais

Dessa vez, não seria da lagarta para a fada alada, mas do bicho alado para o éter, ou talvez ao pó retornar e colaborar com novos frutos, alimentar futuras sementes 

Já pensou em algo interessante? Todos os anos passamos pela data de nosso nascimento, onde comemoramos nosso aniversário 

Mas a cada aniversário, nos aproximamos cada vez mais da morte e todo ano passamos pelo dia em que aqui nesse corpo já não existiremos, mesmo sem saber qual dos dias será 

Que nostalgia talvez nos assole nesse dia? Que tristeza? Que perturbação? Que dor nos acomete? Esse mistério temos que acolher

Ali, na miudeza do concreto jaz a borboleta/mariposa que um dia polinizou as flores 🌷, encantou crianças, enfeitou jardins. Agora, ali no concreto frio da cidade, ela amassada se apresenta como uma oferenda da morte me tensionando a parir essa prosa poética e nascer em mim a vontade de viver!