Tenho feito uma coletânea de sonhos num diário que ganhei no Natal de 2020.
Esse material onírico tem rendido profundas sessões analíticas, muitos desenhos, mandalas, meditações, intuições e novas percepções acerca de mim mesma e do mundo que me cerca.
Esse processo começou com uma pesquisa antroposófica das 12 noites Santas após o Natal e o estudo astrológico correlacionado a um planejamento simbólico dos sonhos desse período.
Trabalho profundo que mês a mês, uma comunidade de mulheres vem se aventurando a compartilhar intuições, a realizar meditações, analisar sonhos, para se autoconhecerem e também para intencionarem por um mundo melhor.
Todo sonho, segundo a narrativa junguiana, tem uma parte que pertence a sua trajetória pessoal- como ser humano vivendo uma experiência espiritual ( sua alma) na matéria que é seu corpo, – e ao mesmo tempo, carregado de imagens arquetípicas representadas pelo inconsciente coletivo.
Então todo sonho, você pode analisar aquilo que só pertence a você, com sua história, sua trajetória pessoal, mas também há representações que pertencem ao coletivo, ao mundo todo de forma atemporal.
O sonho que eu tive representando a força de Aquarius me remeteu a boas aprendizagens sobre mim mesma, e ao mesmo tempo fui como que arremessada a uma ideia coletiva inspirada por um poema nesse momento duro, cruel, perverso, que temos vivido politicamente nos últimos tempos.
E ao me deparar com o espírito do tempo, Zeitgeist me trouxe a inspiração desse poema que deixo aqui pra você que é meu leitor. Aproveita, comenta aqui embaixo e compartilha com seus amigos e suas amigas. Quem sabe as pessoas vão parar pra prestar atenção nas mensagens dos seus sonhos! Eu garanto pra vocês que lá onde todos somos UM, há muitas chaves para um caminho de Sabedoria!
Na Dança do Mundo…
Quem tá parado não morre Olha só que contradição? Contradição é contra a adição É não colocar mais nada não É um: menos é mais nesse corre!
Só que Árvore não corre Árvore enraiza Fica quieta no lugar Amortecida Aliás, amortecida Parece amor que morre
Aquele amor que não quer dançar Aquele amor que fica bebaço E morre na gente a vontade de lutar
Mas de repente a gente fica Revoltada E sobe as escadas da vida Pra reagir a tirania Que fez caçoada, zombada Com cara de doido, Coringa Derrubando em cima da gente Todo veneno que vertia
Liberdade é o que se quer! Eu respeito o momento Momento pra muito silêncio Mas não respeito o descaramento Do tirano que provoca esse tormento E faz toda gente se expor sem sorte, Ao purgatório da morte.
Prosa poética escrita por Naíme A Silva em 2015. Como diria a teoria Junguiana, a expressão artística provém do inconsciente, sendo portanto atemporal. E como temos dentro de cada um de nós, a história do mundo inteiro, essa arte também é a expressão de todo o inconsciente coletivo. Alguma semelhança com o que vivemos hoje?
Pensei que a vida estava a me oferendar essa oportunidade de me refazer, de renascer, de ressignificar o velho, o em desuso, o que não serve mais
Dessa vez, não seria da lagarta para a fada alada, mas do bicho alado para o éter, ou talvez ao pó retornar e colaborar com novos frutos, alimentar futuras sementes
Já pensou em algo interessante? Todos os anos passamos pela data de nosso nascimento, onde comemoramos nosso aniversário
Mas a cada aniversário, nos aproximamos cada vez mais da morte e todo ano passamos pelo dia em que aqui nesse corpo já não existiremos, mesmo sem saber qual dos dias será
Que nostalgia talvez nos assole nesse dia? Que tristeza? Que perturbação? Que dor nos acomete? Esse mistério temos que acolher
Ali, na miudeza do concreto jaz a borboleta/mariposa que um dia polinizou as flores 🌷, encantou crianças, enfeitou jardins. Agora, ali no concreto frio da cidade, ela amassada se apresenta como uma oferenda da morte me tensionando a parir essa prosa poética e nascer em mim a vontade de viver!