Presságio do Recolhimento

O desejo de se sentir em paz

Traz a ilusão

Que não se deve viver em turbilhão

Mas no fundo do inacessível

Sabemos que pra viver em paz

É necessário surfar no olho do furacão

Esse jeito de agir da Vida

Que tudo tira do lugar e nos convida

A permanecer sereno e em silêncio

Na pulsação da alma

No toque das mãos

E na cadência de um olhar

E a Senhora Mariposa

Com suas asas a farfalhar

Não me visitou hoje materializada na morte

Ela veio com sua presença arrebatar os sonhos

E no seu repouso incômodo

Mesmo que lhe dando passagem

Na janela aberta do quarto

Ela permanece no cômodo

Por que precisa comunicar o presságio

O coração aperta

Por que apesar da esperança na explosão da Vida, a vida também pede recuo

Pede cautela, pede zelo

Pede recolhimento

Pra que ela possa dar alento

A Vida é da ordem do Divino

E o Divino feito em ciclos

Pede elevação no turbilhão

Em posição de respeito

Com a alma em concentração

Libertando o controle

Dissolvendo as dores

Igualando e harmonizando

O entendimento e a intuição

Ouça esse poema no meu podcast Mariposa ao pé do ouvido

 

 

4 respostas para “Presságio do Recolhimento”

    1. Que alegria sua presença perfumada aqui entre tantas flores 🌺 Obrigada por sua visita! Volte sempre Cris!

      1. Que profundo e verdadeiro.
        Alma tocada por suas palavras tão vivas e sentidas!
        🌹

        1. Palavras que me atravessam que dialoga mesmo com a alma coletiva! Amei sua visita espalhando perfume por esse Jardim! Volte querida!

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